Um dos nomes de maior reputação expandiu produção e hoje produz rótulos míticos por todo o mundo
A Marchesi Antinori, um dos mais antigos produtores de vinho da Itália, surgiu em 1385 na Toscana, e cresceu para se tornar num grande grupo de vinícolas que produz 12 milhões de garrafas em diversas microrregiões, e onde a tradição anda lado a lado com a modernidade.
Mais conhecido como o produtor dos supertoscanos Solaia e Tignanello, a Antinori expandiu seus horizontes e hoje produz vinhos em diversas regiões italianas, bem como em outros países - e com muito sucesso. Como exemplos, temos a Antica, a Col Solare e a Stag's Leap, todas nos EUA, e a Viña Haras de Pirque, do Chile, numa demonstração de que o novo não é deixado de lado.
Contudo, o foco da Antinori permanece sendo a busca pela excelência em vinhos na Itália, tendo já espalhado seus domínios para além da região da Toscana, onde o produtor construiu sua moderníssima sede de baixo impacto ambiental próximo às tradicionais propriedades que atravessam parte das 26 gerações de sua história, e onde já consegue traduzir toda a sua experiência em alguns dos vinhos considerados por Oz Clarke como responsáveis por uma revolução.
Os resultados do trabalho sério e de qualidade surgem rapidamente: a Tormaresca, outra vinícola da Antinori localizada na Puglia, iniciou suas atividades em 1998 e já possui um vinho com três bicchiere no Gambero Rosso, o Primitivo Torcicoda 2009.
Em suas vinícolas, a produção traduz todas as características locais, que por vezes são tão indissociáveis que é impossível apenas denominá-los pela uva ou pelo corte; assim, é preciso distingui-lo; por exemplo, um Chardonnay pode ser mais que isso: é um Chardonnay da Puglia, com todas as suas peculiaridades.
Assim, ao beber um vinho de uma das propriedades da Antinori, sabe-se de antemão que se trata de uma bebida feita de acordo com os mais rigorosos preceitos técnicos, aliados com a tradição de um nome que há séculos traz alguns dos mais renomados vinhos italianos.
Notas de Degustação
Tormaresca - Fichi D'India Chardonnay de Salento
Sem madeira, predominantemente fresco e muito vivaz
Nariz cítrico, quase tropical, herbal com flores brancas e camomila, toque mineral, bem peculiar.
Em boca tem boa acidez, frutado, com um toque untuoso (viscosidade típica da região). A Chardonnay se desenvolveu com características bastante peculiares da região.
Cipresseto Rosé 2013 - Toscana
Em taça, rosado suave com nuances alaranjadas (casca de cebola)
Nariz com aromas de morangos do bosque, melancia, rosas, lichias.
Em boca, tem uma boa acidez equilibrada ao sabor de frutas. Muito elegante e refrescante, teor alcoólico bastante adequado, sem excessos. Muito bem acabado.
Tormaresca - Fichi D'India Primitivo 2013
Apenas 6 a 8 meses de madeira de segundo uso, é um vinho de base e fácil de agradar.
Em taça, rubi intenso com reflexos violáceos.
No nariz, frutas vermelhas maduras (cerejas, framboesa) e especiaras (anis). Na evolução apresentou um aroma de couro.
Em boca, taninos finos, média persistência, acidez gastronômica típica da uva e ressaltada pelo clima quente da Puglia. Bastante redondo e muito fácil de beber.
Tormaresca - Paiara 2012 Puglia
Blend à base de Primitivo, menos frutado e um pouco mais complexo, mas ainda muito fácil de beber.
Em taça, rubi intenso com reflexos violáceos.
No nariz, frutas vermelhas (groselha, cereja), especiarias, levemente mentolado.
Em boca, médio corpo, boa persistência e taninos finos, mas presentes. Acidez gastronômica.
Prunotto - Dolcetto D'Alba 2014
Piemontês, pertence ao grupo desde a déc. de 70. Primeira a vinificar os crus de Barollo, produz hoje por volta de 800 mil garrafas (com boa participação de Moscatto).
Vinho mais fácil do Piemonte (por isso o nome, que vem de "doce"), menos tânico, mais fácil de beber.
Engarrafado após a fermentação malolática, por isso a acidez é bem notável.
Em taça, rubi intenso levemente acastanhado. Nariz de frutas vermelhas (framboesa), poucas especiarias . Boca bem frutada, acidez gastronômica, persistência média, corpo médio (quase leve), final com um toque levemente adocicado muito agradável.
Santa Cristina - Le Maestrelle 2012
Corte de Sangiovese, Merlot e Syrah, mais evoluído e bastante elegante. Em taça, rubi com reflexos violáceos. Nariz com frutas negras, defumado, especiarias, alcaçuz, eucalipto. Complexo. Em boca, corpo médio, taninos finos mas presentes, persistência média, um vinho sedutor.
Villa Antinori - !!
Antigamente, foi um Chianti Clássico; hoje, é um corte de Sangiovese com Vicciano, e considerado um "mini-super toscano". Ótima potência. Em taça é rubi bem escuro. No nariz, frutas negras com especiarias, couro, aromas animais, herbal, toque mentolado. Complexo. Em boca, é potente e estruturado, com taninos bastante aveludados, boa persistência. Detentor de dois bicchiere no Gambero Rosso, este é sem dúvidas um vinhaço com ótima relação custo-benefício!
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