Safra pode ser a de melhor qualidade na década, embora produção tenha tido pequena queda
Após alguns anos com notícias negativas, a indústria vinícola argentina parece ter tido um pequeno alento: graças às condições climáticas favoráveis em 2019, com um verão seco e o inverno frio, a produção de vinhos no país tem tudo para atingir a melhor qualidade da década.
A produção total de uvas viníferas na Argentina em 2019 apresentou uma pequena queda, com um total de 2,4 bilhões de quilos neste ano, frente aos 2,5 bilhões de 2018, sendo que 73% das vinícolas do país de fato tiveram produção de vinho.
Na região de Mendoza, embora a primavera tenha sido de temperaturas amenas, o calor do verão chegou a ultrapassar os 40°C nos meses de janeiro e fevereiro, embora março e abril tenham sido menos inclementes - o que permitiu que as uvas amadurecessem no tempo certo. Em entrevista para a Decanter Magazine, o enólogo-chefe da Catena Zapata, Alejandro Vigil, explica que esta temperatura amena nos meses finais de amadurecimento das uvas resultou em vinhos muito concentrados, com coloração e acidez em alta.
Na região de San Rafael, por sua vez, os brancos são a grande aposta, com vinhos de alta acidez e baixo teor alcoólicol, o que representa um caráter mais austero e com potencial de envelhecimento. Mais ao sul, Rio Negro apresentou condições semelhantes, com os tintos prometendo um caráter mais frutado e fresco, e taninos bem aveludados.
No geral, os produtores ressaltam que as temperaturas permitiram que as colheitas fossem realizadas no tempo correto, o que explica a ligeira queda na produção. Se os resultados forem tão bons quanto os esperados, certamente ninguém vai achar ruim: basta aproveitar ao máximo a qualidade do produto para a colheita deste ano.
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