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Foto do escritorGuto Martinez

Ca'del Bosco: a expressão máxima de Franciacorta

Produtor da região próxima a Milão faz alguns dos melhores espumantes do mundo



Franciacorta e seus vinhedos

Franciacorta é uma região próxima a Milão conhecida por produzir o melhor espumante por método clássico da Itália, numa inspiração que veio diretamente da região de Champagne. Uma honraria maior ainda se destina ao melhor de seus produtores: a Ca’ del Bosco, que é considerada o melhor dos seus produtores por nomes do porte de Hugh Johnson e Jancis Robinson.

A Ca'del Bosco, dirigida pelas mãos perfeccionistas de Maurizio Zanella, Já foi eleita a "Vinícola do Ano" pelo Gambero Rosso e é o segundo maior colecionador de "tre bicchieri" no país, com nada menos que 41 vinhos alcançando a distinção máxima do guia italiano. Trata-se do único produtor do país a ter alcançado ainda quatro "stelle", distinção máxima desta publicação anual.

Não é difícil perceber por que os Franciacorta da Ca’del Bosco são frequentemente comparáveis aos grandes cuvées de Champagne, em decorrência de sua complexidade aromática, untuosidade em boca e potencial de envelhecimento raríssimos para espumantes.

O cuvée Annamaria Clementi, por exemplo, recebe as três estrelas máximas de Oz Clarke em seu Pocket Wine Guide, que ainda o descreve como um vinho que não para de melhorar.

O produtor conta ainda com vinhos tintos, como a linha Rosso Sebino, tintos que esbanjam elegância e equilíbrio, chegando ao ponto de serem cultuados - não à toa, é um dos raros produtores europeus que trabalham com a Carmenère, aqui chamada "Carmenero", facilmente reconhecidos como alguns dos melhores exemplares do mundo elaborados com esta variedade.

A importação dos vinho da Ca'del Bosco é feita pela Mistral (www.mistral.com.br), que possui um canal de vendas em seu site.

Notas de Degustação


Ca'del Bosco Chardonnay 2011

Um dos mais aclamados Chardonnay da Itália, elaborado com uma seleção das melhores uvas de 8 vinhedos distintos. Um frescor ímpar, acompanhado da untuosidade que a variedade oferece quando muito bem trabalhada, resultam num exemplar comparável aos melhores Borgonha.

Vertical de Franciacorta Annamaria Clementi

Reconhecido como um dos maiores espumantes do mundo elaborados com o método clássico, é possível notar como o envelhecimento apenas engrandece este Franciacorta, que ganha cada vez mais profundidade aromática. Passagem de, no mínimo, cinco anos em garrafa até o dégorgement*, sendo elaborado com as variedades Chardonnay, Pinot Bianco e Pinot Nero, garantindo as melhores características das variedades.

1999

O mais jovem, apresenta predominância das frutas e flores brancas, com notas de panificação ainda suaves. A boca é extremamente vibrante.

1995

A vivacidade ainda é alta, mas encontra a elegância de aromas de panificação mais intensos e aromas muito florais, complementados com notas amanteigadas e um ligeiro amendoado. Perlage ainda intenso e fino tornam este um Franciacorta de excelência até mesmo no visual.

1989

Uma grande surpresa: os aromas de frutas estão amadurecidos, e encontram tortas com crème patissiêr, ligeiramente abaunilhados e amanteigados, com um floral abundante. O ápice da elegância, cativou todos os que provaram desse exemplar raro - mas Maurizio Zanella deixa claro: prefere sempre "o próximo"!

Vertical de Maurizio Zanella Rosso SebinoIGT

Um dos maiores vinhos italianos, equivalente em qualidade e estilo a um ótimo tinto de Médoc, em Bordeaux. Os dois anos degustados demonstraram que se trata, novamente, de um vinho que só tem a ganhar com a passagem do tempo. A linha Rosso Sebino é feita pela vinificação separada de Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, passando por pouco mais de um ano de envelhecimento em barricas de carvalho francês novas, e por fim é engarrafada utilizando um sistema único que garante o mínimo de contato com oxigênio.

2003

Um vinho potente, com acidez em alta, frutas negras e vermelhas maduras em profusão, ligeira sensação vegetal e aromas terciários já presentes, este vinho traz um equilíbrio em boca que só pode ser compreendido como o ápice da elegância. Persistência muito prolongada, traz ainda lembranças de mineralidade do grafite tanto no paladar quanto no nariz.

2000

A intensidade resinada dos aromas terciários fica prevalente, sem perder muito nas frutas. Sem dúvida, um grande vinho que merece ser tomado em excelente companhia da melhor gastronomia ou dos melhores amigos - ter degustado na presença de Maurizio Zanella foi, então, um privilégio!


*Dégorgement é o nome do processo de remoção dos sedimentos da segunda fermentação do espumante feito pelo método tradicional, ou champenoise. Para que essa remoção seja feita com mínima perda do vinho, o gargalo é congelado e a rolha é removida, sendo que a pressão força os sedimentos para fora.

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