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Foto do escritorGuto Martinez

Kaiken: A Experiência que cruzou os Andes

Vinícola irmã da chilena Montes resulta do encanto de fundador com Mendoza

Em 2001, Aurelio Montes, co-fundador da Viña Montes, visitou Mendoza e se impressionou com suas paisagens, regressando ao Chile decidido a fazer como os gansos Caiquenes e cruzar os Andes em busca de um novo terroir. Um ano depois, nasceu a vinícola Kaiken.

Gansos Caiquenes nos vinhedos da Kaiken

Aproveitando os talentos de enólogos de ambos os lados da fronteira, a Kaiken nasceu com a missão de produzir grandes vinhos, imbuída por um espírito inovador e dedicação. O resultado não pode ser ignorado, pois em apenas treze anos de história, a vinícola já possui um dos melhores vinhos do guia Descorchados 2014, o MAI Malbec 2009, que recebeu 92 pontos.

Vinícola Kaiken

O reconhecimento internacional também pode ser notado em dois dos principais guias de vinhos: Hugh Johnson já atribui a ela duas a três estrelas, e Oz Clarke destaca a sua excelente relação custo-benefício, atribuindo duas de três estrelas para dois de seus vinhos.

Entre os princípios que regem a casa, estão alguns ensinamentos do feng shui, utilizado na disposição de suas barricas, e a utilização de música (cantos gregorianos ou irlandeses), tocada enquanto o vinho descansa para, segundo os fundadores, fazer o vinho mais "feliz" - provavelmente, para o consumidor, basta provar os vinhos para que ele aumente a nossa felicidade, tendo em vista a excelente qualidade alcançada.

A Kaiken produz excelentes vinhos com as uvas mais comuns de Mendoza, mas assim como a ave cujo nome batiza a casa, esta vinícola nasceu para alçar voos mais altos que as montanhas que separam o Chile da Argentina, e explora o potencial de outras uvas numa região dominada pela Malbec, plantando também Cabernet Sauvingon, Bonarda, Petit Verdot (estas duas utilizadas no Terroir Series Corte), Torrontés, e as inevitáveis Pinot Noir e Chardonnay.

Em sua missão de produzir um dos melhores vinhos da Argentina, a Kaiken Premium Wines já pode ser vista como uma das mais notáveis de Mendoza, e os vinhos são certamente algumas das melhores aquisições para os amantes do vinho, capazes de surpreender pela excelente qualidade dos vinhos.


Notas de Degustação

Kaiken Sparkling Brut

Produzido pelo método tradicional com 70% de Pinot Noir e 30% de Chardonnay, este vinho aguarda por dois anos em garrafa para adquirir densidade, intensidade nos aromas e muita generosidade em boca. Os aromas são bastante intesos, e mesclam frutos amarelos com amêndoas tostadas. Em boca, cremosidade e acidez equilibrada com os sabores de frutas.

Kaiken Reserva Malbec 2012

Este vinho de entrada conquistou o primeiro lugar na relação preço/qualidade da Argentina. Em taça, é rubi violáceo com reflexos acastanhados. Apresenta aromas de frutos vermelhos com especiarias (anis, cravo) e uma nota tostada. Na boca, as frutas ficam em evidência, com média persistência e boa acidez. Realmente é uma ótima opção de entrada.

Kaiken Terroir Series Torrontés 2014

James Suckling atribuiu 91 pontos a este vinho, e Tony Aspler o define como "muito profundo, elegante e fresco". Sem passagem por madeira, os aromas de flores predominam sobre as notas herbáceas que se esperam da uva. Em boca, a acidez gastronômica dá conta de fazer deste um vinho refrescante e saboroso, com um toque de salinidade que o deixa único.

Kaiken Terroir Series Corte 2012

A combinação das castas Malbec (80%), Bonarda (12%) e Petit Verdot (8%) resulta num aroma sedutor de frutas silvestres com flores (violetas), pimentas negras e cravo. Em boca, ressalta-se um toque aveludado com taninos finos e maduros, tudo isso num vinho que certamente não faz feio em sua faixa de preço.

Obertura

O varietal de Cabernet Franc se mostra um vinho muito elegante, com aromas herbáceos e vegetais bastante característicos da variedade, complementados com notas aromáticas de frutas vermelhas frescas e pimenta preta. O paladar possui bastante frescor devido à boa acidez, sem a percepção de açúcar residual - ao contrário, o final é quase salino, dada a sua mineralidade. Os taninos são um pouco mais rústicos, o que faz sentido se pensarmos na intenção do enólogo, fazendo deste um vinho com uma personalidade mais marcante. Um dos maiores atributos deste vinho é quebrar o paradigma de que a Argentina, e em especial a região de Mendoza, produz apenas vinhos carnudos, potentes e com aromas de frutas tão cozidas que quase chegam a compota.

Kaiken Ultra Chardonnay

Um vinho onde a passagem por madeira não mascara as frutas frescas naturais dessa uva, mas acrescenta a ela aromas e sabores muito sedutores. Bastante amanteigado e cremoso, apresenta aromas de amêndoas tostadas e frutas cítricas. A leve mineralidade atribui mais elegância e complexidade ao vinho. É uma ótima opção para quem prefere o Chardonnay amadeirado, por não ter excessos.

Kaiken Ultra Malbec 2012

Um vinho ao qual James Suckling atribuiu 92 pontos e que a Decanter deu a nota máxima numa degustação em que ele foi o melhor de mais de 120 Malbecs argentinos, e isso logo nas suas primeiras safras. É um novo ícone de Mendoza, um vinho que equilibra de maneira excelente os teores de frutas e taninos, álcool, aromas especiados e notas herbais, com uma boa densidade. Delicioso!

Kaiken Ultra Cabernet Sauvignon

Um grande Cabernet Sauvignon, este vinho potente combina aromas de frutas negras, especiarias, tabaco, chocolate e café. Em boca, é intenso e aveludado, com muito sabor, boa persistência, um final muito agradável e taninos bem redondos e maduros. Merecida a medalha de prata atribuída no reputado "International Wine Competition"!

Kaiken MAI

Ícone da bodega Kaiken, este vinho faz jus à história da família Montes. A publicação Wine Enthusiast o atribuiu 93 pontos; a Wine Spectator, 91 pontos; e Robert Parker, também 91 pontos. Com 18 meses em barricas de carvalho francês, este vinho é oriundo de vinhas muito antigas (mais de 80 anos), e parece ser lapidado para oferecer o melhor da Malbec. Em taça, é violeta intenso e demonstra seu caráter encorpado. Os aromas de frutas já maduras, quase em compota, encontram notas de eucalipto, resina, especiarias doces (cravo, noz moscada), bastante complexo. A boca, claro, é generosa e densa, com um toque apimentado. Sem dúvida, um grande vinho!

Parece ser um consenso no mundo do vinho que é preciso ter muita paciência para que se alcance o melhor potencial, mas a Kaiken consegue, na sua adolescência, atingir um excelente grau de maturidade.

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