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Foto do escritorGuto Martinez

Tasca D'Almerita: A Essência do Vinho Siciliano

Um dos produtores favoritos de Robert Parker, foi eleita uma das 100 melhores do mundo em 2021 pela Wine & Spirits Magazine


A Itália, um dos países com a maior diversidade e criatividade para produzir vinhos, possui diversos ícones, mas na ilha da Sicília, dificilmente algum deles consegue rivalizar com a Tasca D'Almerita.

Eleita em 2012 a Vinícola do Ano pela publicação Vini D'Italia, o famoso Gambero Rosso,e como uma das cem melhores vinícolas do mundo pela prestigiosa publicação americana Wine & Spirits Magazine, a Tasca D'Almerita possui um traço em comum em todos os seus vinhos: a qualidade altíssima, que conquistou nomes como Robert Parker, Oz Clarke e Hugh Johnson.

Aliás, Parker, cuja metodologia de pontuação é uma das maiores referências de qualidade no mercado, frequentemente atribui mais de 90 pontos aos vinhos da Tasca D'Almerita; Oz Clarke também atribui duas estrelas a outros tantos, e Hugh Johnson qualifica a casa com três estrelas vermelhas, consignando seu gosto pessoal pelo produtor.

Mas o vinho siciliano nem sempre esteve em evidência pela qualidade: a região, que disputava com a Puglia em quantidade de litros produzidos na década de 90, hoje preza muito mais pela qualidade e pela tradição que carrega. Não à toa, a uva mais facilmente identificada com a região é a Nero D'Avola, que leva o nome da cidade localizada no litoral sudeste da ilha e com a qual é feito mais de 50% do vinho siciliano.

Outra característica impressionante da região é a diversidade geográfica, já que, para um território de pouco mais de 25 mil metros quadrados, a altitude de produção vinícola vai desde o nível do mar até pouco mais de 1400 metros, ao redor do Monte Etna. O clima também é importante, uma vez que o frio noturno auxilia no desenvolvimento dos aromas do vinho, e o solo, cuja diversidade inclui terrenos calcários, argilosos e basálticos (devido à presença de vulcões ativos), também permite a expansão da diversidade.

E a Tasca D'Almerita aproveita o potencial de todas as regiões, produzindo em cinco Tenutas localizadas praticamente todos os seus pontos, incluindo a Ilha de Salina, ao norte da Sicília. São elas: Tenuta Capofaro, Tenuta Whitaker, Tenuta Tascante, Tenuta Sallier de la Tour e Tenuta Regaleali. Embora reconhecida pelo frescor de seus vinhos brancos, a elegância e vivacidade dos tintos são extremamente empolgantes em todas as propriedades.

Tenuta Sallier de la Tour

Confira as notas de degustação para entender melhor a complexidade e riqueza desses vinhos.

Notas de Degustação

Sallier de la Tour Grillo 2013

Elaborado com 100% da uva Grillo, este branco tem uma interessante composição aromática de frutas tropicais, como manga e maracujá, além de notas florais, minerais e um pouco de levedura. A acidez em boca não ofusca o sabor, que traz um delicioso crisp e uma mineralidade quase salina. Com 11,5% de teor alcoólico, é um vinho muito equilibrado.

Regaleali Bianco 2013

Reconhecido como um best buy por Robert Parker, que o atribui 90 pontos, este DOC de Contea di Sclafani possui corpo médio, cujos aromas passam por frutas tropicais, flores brancas e mineral. Em boca, sua acidez denota a vivacidade, que acrescida da mineralidade e suave picância transforam este vinho numa experiência muito distinta. É feito de 40% de Inzolia, 30% de Grecanico e 30% de Catarratto, todas variedades nativas. Teor alcoólico de 12%.

Sallier de la Tour Nero D'Avola 2011

Toda a tipicidade da Nero D'Avola está presente neste tinto, que possui ótima persistência em boca, com taninos discretos. Os aromas de ameixa preta somados a especiarias, adquiridos da maturação parcial de 12 meses em carvalho, se somam à acidez gastronômica e ao adequado teor alcoólico de 13,5% num resultado muito agradável.

Sallier de la Tour Syrah 2011

Único dos vinhos provados feito com uma uva estrangeira, ressalta-se como o terroir siciliano imprime suas características. Um Syrah sem excesso de concentração, ele se divide entre a potência e a frutosidade. Os taninos não são muito evidentes, resultado do pouco tempo em madeira, e o teor alcoólico de 13% garante o equilíbrio.

Ghiaia Nera 2011 !!

Agraciado com 90 pontos por Robert Parker, este é um vinho produzido a 600 metros de altitude, nas encostas do Monte Etna, e seu nome significa "pedra negra". Com 100% de Nerello Mascalese, esta é uma ótima introdução a vinhos de altitude: complexo, combina frutas vermelhas como cerejas, e especiarias doces (cravo), com pimentas rosas. Os taninos, marcantes e aveludados, combinam com a acidez gastronômica e mineralidade, e a ótima persistência confere um caráter único a este grande vinho!

Lamuri Nero D'Avola 2011 !

Vinho considerado emblemático da Tasca D'Almerita, o Lamuri também é feito em altitude, com vinhas plantadas entre 450 e 750 metros. É maturado em carvalho francês, e já recebeu 91 pontos RP na safra 2010. Paladar macio, corpo médio a encorpado, os aromas típicos de frutos negros e vermelhos combinados com ervas e tabaco, vale muito mais do que o preço indica.

Cygnus Nero D'Avola Cabernet Sauvignon 2009 !!!

É na produção de uma das uvas viníferas mais comuns que se vê a qualidade dessa vinícola. A Sicília novamente imprime sua marca na Cabernet Sauvignon, e o resultado é um vinho moderno, repleto de frutas, com um toque mentolado muito saboroso, possível de se verificar até mesmo no paladar. Taninos marcados mas não agressivos, persistente e picante, este é um vinho rústico, nervoso e cheio de personalidade. Vinhaço, recebe dois bicchieri no Gambero Rosso.

Rosso del Conte 2008 !!!

Este é o ícone máximo da Tasca D'Almerita. Exuberante, complexo, potente e elegante, possui um grande potencial de envelhecimento. Os intensos aromas de frutas vermelhas se somam a couro e especiarias, e os taninos aveludados, com final prolongado, conferem a este vinho uma elegância e um equilíbrio ímpares, merecedores dos três bicchieri conferidos pelo Gambero Rosso, além das duas estrelas de Oz Clarke.







Portanto, ao buscar um excelente vinho siciliano, a melhor forma de ter a certeza de um vinho superior é buscar aquele que manteve a qualidade como objetivo principal desde a sua fundação em 1830, e que foi responsável por grande parte da reputação dessa região: a Tasca d'Almerita.

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