Vinícola alia a modernidade técnica com toda a tradição de práticas regionais
Fundada em 1882, a Tenute Piccini (conheça mais aqui) tem como principal lema ser uma família do vinho, e por isso entra agora na quinta geração mantendo toda a tradição adquirida através de um contato direto com a produção vinícola italiana.
E quando dizemos italiana, incluímos praticamente todo o país: embora localizada no coração da Toscana, em Castellina in Chianti, o produtor já possui vinhedos em cinco regiões, incluindo Maremma, Montalcino, Vulture Basilicata e Etna, aos pés do vulcão siciliano, o que fornece não apenas um amplo conhecimento, mas também uvas para produzir um dos vinhos mais distintos e únicos da Itália, o Memoro, uma preciosidade feita em comemoração aos 150 anos de unificação italiana.
A Piccini é uma gigante em números absolutos, e tem motivos para comemorar: em 2020, seu faturamento ficou nos 68 milhões de euros, que pularam para 100 milhões em 2021 - a pandemia deu um impulso na produção, que chegou a 22 milhões de garrafas/ano. Esse resultado foi possível graças ao aumento do consumo italiano principalmente, o maior mercado da empresa seguido de outros europeus, mas sua presença já está marcada em 80 países.
Embora grande tanto em números quanto em faturamento, a empresa tem a sua história marcada pela família do fundador, Mario Piccini, que dizia que "tudo que fazemos no presente é para o passado e para o futuro". Seu filho, Pierangiolo Piccini, também deixava claro que "os únicos vinhos que valem a pena serem feitos são aqueles nos quais você acredita". A quinta geração, formada por Ginevra, Benedetta e Michelangelo, começa hoje a se envolver nos negócios através de atividades empresariais, mas sempre com o equilíbrio entre a tradição e a inovação para manter a atratividade aos consumidores de agora.
Em evento no Brasil que contou com a presença de Ginevra, essa postura ficou mais que confirmada através de seus gostos pessoais, que incluem o diferente Mario Primo, um Chianti feito conforme uma tradição antiga de adicionar duas uvas brancas para "equilibrar" a Sangiovese, muito prevalente, para amenizar o caráter balsâmico que ela imprime nos vinhos; ou o Buon Governo, feito por um método semelhante ao Ripasso dos Amarone que consiste em realizar uma segunda fermentação usando uvas passificadas, mas que na região da Toscana é conhecido como Governo All'Uso Toscano e que resulta num vinho bastante agradável.
A aliança da tradição com a modernidade técnica nesta gigante italiana parece nos render os melhores frutos: vinhos de qualidade elevada e com regularidade, permitindo que seus vinhos sejam sempre sinônimo do que a Itália faz de melhor para o mundo.
Notas de Degustação
Vernaccia di San Gimignano DOCG 2020
Medalha de bronze na Vinitaly de 2005, um vinho conhecido pelo frescor aromático e ligeiro amargor típico da casta. De coloração clara, com ligeiro amarelao esverdeado bem transparente, os aromas trazem frutas e flores brancas, com notas amendoadas pronunciadas e algum mineral. A boca traz a tipicidade do frescor da uva, com boa acidez e persistência prolongada, mas de final limpo. Um vinho saboroso.
R$ 146,48
Buon Governo Toscana Rosso IGT
Governo all uso Toscano é o nome regional do processo de se fazer vinhos em ripasso, ou com uvas levemente passificadas, como os Amarone de Valpolicella. A coloração fica mais intensa, assim como os aromas e o paladar, além de dar uma vocação mais gastronômica. O corte leva 80% de Sangiovese, 10% de Merlot, 5% de Colorino e 5% de Cabernet Sauvignon. A coloração traz um rubi intenso ligeiramente alaranjado, e o nariz vem com feutas vermelhas frescas e notas adocicadas, o que a boca também reflete - embora seja seco, a nota de dulçor é perceptível, o que tira a sisudez da Sangiovese. Um vinho mais fresco e possível de agradar o consumidor mais recente, não tem taninos agressivos, é fácil de beber e bastante gastronômico, embora vá bem sozinho.
Chianti Riserva DOCG 2018
Essa versão passa por carvalho, e traz grande tipicidade com personalidade própria, o que também confere versatilidade. São 95% de Sangiovese e 5% de Cabernet Sauvignon nesse rótulo, o que mostra bastante tipicidade da uva noa aromas de cereja, notas de tabaco e couro. A boca traz alguma seriedade, com acidez, taninos mais marcados e uma persistência média a prolongada, e uma sensação ligeiramente balsâmica que remete ao Chianti histórico. É uma lição histórica dessa variedade.
Memoro Rosso
Esse rótulo foi criado para celebrar os 150 anos de reunificação italiana e que leva uvas de diferentes regiões do país (40% de Primitivo da Puglia, 30% de Montepulciano de Abruzzo, 20% de Nero D'Avola sicilana e 10% de Merlot do Vêneto). Com coloração rubi violácea, entrega muita fruta fresca com boa profundidade aromática (a Primitivo é ligeiramente passificada até) que integra frutas vermelhas e negras com chocolate e especiarias, e a boca traz uma sensação de calor aveludado, com equilíbrio dos 14% de álcool com algum açúcar e taninos bem acabados. É uma criação agradável e moderna que consolida a qualidade e versatilidade do vinho italiano, com relação excelente de custo e benefício.
R$ 154,12
Memoro Vintage 2015
A edição especial do rótulo mais emblemático da vinícola traz Sangiovese toscana, Aglianico de Basilicata, Cabernet Sauvignon do Vêneto e Merl D'Avola siciliana, que são vinificadas separadamente e maturadas em barricas de tamanhos distintos por até 18 meses. O resultado é um vinho mais encorpado e complexo, com uma coloração rubi intensa com unha alaranjada, e aromas complexos que integram frutas negras maduras, chocolate, figo seco e tabaco, lembrando quase um fortificado. Na boca, contudo, não há dúvida: é um vinho sério e potente, com equilíbrio e elegância esperados de um italiano de grande porte. Completamente distinto do Memoro, tem mais complexidade, com ótima persistência e um final bem vivo. Um tinto de potência e muita presença.
R$331,09
Os vinhos da Piccini são importados e vendidos no Brasil pela Vinci (www.vinci.com.br).
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