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Foto do escritorGuto Martinez

Vinho Verde: Há um para cada momento

Em evento realizado na cidade de São Paulo, versatilidade de estilos e harmonizações de vinhos da DO Vinho Verde foram colocadas à prova - e com sucesso


A região dos Vinhos Verdes é conhecida principalmente pelos vinhos jovens e gastronômicos, mas ela vai muito além: são mais de 1400 marcas que produzem estilos distintos com as 45 variedades autorizadas na DO Vinho Verde, ou nas 67 da Indicação Geográfica do Minho. O resultado pode ser o clássico vinho leve e fresco da região, mas hoje também são produzidos vinhos sofisticados, complexos e estruturados, com excelente potencial de evolução.


Essa grande gama de opções transforma a região dos Vinhos Verdes numa das que oferecem a maior versatilidade de estilos de vinhos, que abrange também tintos, rosados e até mesmo espumantes brancos e tintos, que, graças ao terroir marcado pela menor amplitude térmica e condições de solo, resultam em vinhos com maior frescor.

A qualidade dos vinhos da região é controlada de forma muito rigorosa pela CVRVV, cujo trabalho engloba desde análises físico-químicas e sensoriais, controle de rotulagem e a aposição do selo de garantia, o que demonstra que aquele vinho foi aprovado seja como um Vinho Verde ou como um vinho da IG Minho - e se o selo estiver presente, pode confiar que é um produto de qualidade.


Selo da CVRVV

Em degustação realizada na cidade de São Paulo, foram provados nada menos que 29 rótulos de vinhos verdes, entre brancos e rosados, que permitiram mostrar que até mesmo rótulos feitos com as mesmas variedades podem resultar em vinhos totalmente distintos - a Alvarinho, por exemplo, pode ser aproveitada tanto no vibrante Adega de Monção Reserva 2019 quanto no exuberante e complexo Alvarinho Reserva de João Portugal Ramos.


Alguns foram destaque na prova, que contou com a presença de diversos produtores que relataram a boa aceitação dos seus produtos em diversos mercados, mas com maior atenção ao Brasil, dada a excelente combinação de nosso clima mais tropical com a característica refrescante dos vinhos dessa região.

Seja para um almoço despretensioso, seja para harmonizar pratos e situações especiais com um rótulo inesquecível, os vinhos da DO Vinho Verde estão sempre entre as primeiras opções do brasileiro, e a qualidade obtida com o controle constante da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes dá toda a tranquilidade de sempre termos o melhor que a região pode nos oferecer sempre que o seu selo está presente!

Notas de Degustação

Vinhos analisados na degustação

B Avesso Reserva 2019

Único exemplar de varietal da variedade Avesso, este branco com estágio em barricas se mostrou untuoso e com médio corpo, considerando que se trata de um branco muito fresco. Os aromas trouxeram frutas brancas com notas de frutas secas (amêndoas, avelãs), panificação e um terroso. A boca apresentou uma acidez marcante e muito frescor, com pouca agulha. Muito elegante.

Alvarinho Deu-La-Deu Reserva 2019

Denominada a "origem do Alvarinho", aqui temos a acidez em plano elevado, com muito frescor, e um nariz que traz as frutas e flores brancas acompanhadas de uma citricidade e tropicalidade, além de um fundo de baunilha resultante da passagem por madeira. A exuberância dá o tom a este vinho vibrante.

APDB Reserva de Sócios Alvarinho 2019

Um estilo bastante distinto para a Alvarinho, que aqui aparece mais floral e com notas tropicais mais maduras, com menos exuberância. Um vinho de bastante elegância, que mostra uma face mais contida da variedade, mas ainda muito palatável.

Adega Ponte de Lima Loureiro Reserva 2021

A Loureiro surge aqui como uma variedade complexa, muito interessante. O nariz traz frutas brancas e amarelas, e uma mineralidade que lembrou o "querosene" de um grande Riesling, com florais elegantes - até notas de frutas vermelhas surgem, algo bastante raro num vinho branco.

Campelo Loureiro 2019

Novamente a Loureiro aporta um floral marcado com mineralidade, mas também notas de panificação e um fundo de frutas tropicais maduras (abacaxi, banana madura). Mostrou a agulha típica da região (aquela ligeira sensação de gás na língua), com a acidez mais contida. Bom potencial para harmonização.

João Portugal Ramos Alvarinho Reserva 2019

Aqui, o nome do produtor mostra que temos um exemplar muito especial da variedade mais reconhecida da DO Vinho Verde. Florais e frutados exuberantes marcam toda a sua tipicidade, e a boca vem repleta dos mesmos sabores com acidez elevada e corpo médio. Um grande vinho com ótimo potencial gastronômico.

Vinha Antiga Alvarinho 2019

A idade pesa - mas aqui isso é bom: as frutas se mostram mais maduras, com notas de pêssego e damasco bem presentes, mais que as tradicionais frutas brancas dos aromas da Alvarinho ainda jovem. A boca também se mostra mais untuosa, ainda com boa acidez, mas com uma evolução mais notada, mais contida. Deixemos o vigor para os jovens, aqui temos mais sutileza.

Portal das Hortas Avesso 2020

Um dos mais jovens, temos também um dos vinhos mais evoluídos: as frutas tropicais também já se mostram mais maduras e misturadas a aromas cítricos. A acidez é mais moderada, com um final bastante limpo em boca. "Um vinho adorável", nas palavras da amiga Glaucia Balbachan, do site Empratado!

S. Gião Espadeiro 2021

Uma (não tão grande) surpresa, o Vinho Verde rosado (ou Rosé) trouxe frutas vermelhas bem marcadas, principalmente com morangos frescos, que chegam a ser quase especiados (uma sensação de incenso). A boca traz frescor e equilíbrio, com acidez elevada e até um delicado sucré residual (não chega a ser um doce, mas é perceptível). Um exemplar muito refinado, que ainda traz no rótulo uma bela obra de arte, algo que os produtores fazem em todos os seus vinhos.

Embora a seleção tenha diversos vinhos com propostas parecidas, é notável que há um Vinho Verde para cada ocasião, e com estilos bastante distintos. É por isso que a CVRVV já diz em seu slogan: não há outro assim!

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